PRF pede a demissão de agente suspeito de ensinar alunos a fazer 'câmara de gás'
A PRF enviou ao Ministério da Justiça um pedido para demitir um policial, vítima alega ter sido torturada
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) enviou um pedido ao Ministério da Justiça, solicitando a demissão do agente Ronaldo Bandeira, membro da PRF em Santa Catarina.
O pedido é resultado do processo administrativo disciplinar (PAD) aberto contra o policial depois de ser revelado que o membro da PRF, que também dá aula em cursinho preparatório, explica aos alunos como fazer uma “câmara de gás” em uma viatura.
O método ensinado é similiar ao caso que aconteceu com Genivaldo Santos, que aconteceu em 2022, quando servidores da PRF do estado de Sergipe asfixiaram o homem de 38 anos até a morte, após prendê-lo em uma viatura com gás lacrimogêneo.
O vídeo no qual o profissional fala como fazer a “câmara de gás” está viralizando nas redes sociais. No registro, ele aparece dentro de uma sala de aula contando que utilizou o procedimento durante uma abordagem, junto com outros policiais.
“A gente estava na parte de trás da viatura, ele ainda tentou quebrar o vidro da viatura com chute. Ficou batendo o tempo todo”, conta o policial.
Logo, Ronaldo fala que nesse momento a polícia abre o porta-malas e aplica o spray de pimenta no camburão. “A pessoa fica mansinha. Daqui a pouco só escutei: ‘Vou morrer! Vou morrer’. Aí eu fiquei com pena, cara. Abri [e falei] assim: ‘Tortura!’, e fechei de novo”, dise Ronaldo, rindo. O professor conclui dizendo: ‘Sacanagem, fiz isso, não”.
Conforme a corregedoria da PRF, a vítima da situação foi encontrada e afirmou as agressões no momento da abordagem.
Entretanto, as conclusões enviadas para o Ministério da Justiça pedem a demissão do policial rodoviário baseando-se na agressão e no relato em sala de aula registrado em vídeo. A defesa de Ronaldo Bandeira disse, por meio de nota, que irá recorrer da decisão.