Com aumento de 400% da dengue na Bahia, infectologista alerta para medidas de combate ao vírus
Os casos de dengue tiveram um aumento expressivo na Bahia ao longo deste ano, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). De 31 de dezembro de 2023 até 27 de outubro deste ano, houve o registro de 231.275 casos prováveis da doença. No mesmo período de 2023, foram notificadas 44.963 ocorrências, o que representa um incremento de 414,4%.
Em entrevista exclusiva ao PSNotícias, Claudilson Bastos, infectologista e consultor técnico do Sabin Diagnóstico e Saúde, explicou o porquê desta crescente justamente nesta época do ano. Além disso, o especialista relaciona o aumento com alguns “deslizes” cometidos no dia a dia. Ações como evitar água parada em locais que podem se tornar possíveis criadouros do inseto, como vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas e de vidro, piscinas sem uso e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas e latas podem salvar as pessoas de serem infectados com o vírus da dengue.
“O que ocorreu é que, de uma certa forma, as chuvas nessa época de primavera-verão, elas estão acontecendo em diversas cidades do país e com isso acumula água, e depois das chuvas vem o calor, e as pessoas, de um modo geral, infelizmente ainda não têm a devida consciência de deixar as coisas devidamente corretas, como borracheiro, o pneu cheio de água e não tirar, a dona da casa com sua plantinha de água não tirar, o tanque lá quando vocês saem deixar aberto sem tampa, alguém saiu da casa, a piscina ficou lá aberta e acumulando água”, explica Claudilson.
Assim, o infectologista aproveitou para repassar instruções e orientações para as pessoas que estão em ambientes de grande risco. Dessa forma, a ideia é ajudar a reduzir esse quadro e a proliferação do Aedes aegypti, que é o mosquito transmissor da dengue e também da zika, chikungunya e da febre amarela.
Além disso, o especialista também fez questão de reforçar a importância da vacinação contra a dengue em pessoas de quatro a 60 anos, principalmente.
“As pessoas que estão em ambientes de grande risco podem usar repelente e roupas de manga comprida, isso evita o risco de serem picados. Junto a isso, a vacina. A vacina, ela mostrou uma eficácia de mais de 80% para manifestação clínica, mais de 90%, evitando hospitalizações e UTIs, hospitais e mortes. Então, ela é um coadjuvante muito importante, principalmente nas pessoas que têm situações de risco. Então, precisa a gente conscientizar de que a vacina, ela é fundamental dos 4 aos 60 anos”, conta o infectologista.
Como identificar a dengue e principais sintomas?
Uma das maiores dificuldades das doenças virais é identificar a real doença, isso porque elas têm sintomas semelhantes. A dengue, portanto, tem como principais sintomas dor de cabeça intensa, febre alta, acima de 38,5°C, dor muscular e nas articulações, dor atrás dos olhos, principalmente ao movimentar os olhos, manchas vermelhas pelo corpo, mal-estar e falta de apetite.
Contudo, esses são sintomas que também são associados a outras doenças viriais como: zika, Chikungunya e febre amarela. Assim, o infectologista recomenda que quem sentir esses sintomas, realizem exames específico para diagnosticar a doença correta e iniciar o tratamento o mais breve possível.
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