Homem acusa médicos de maternidade de quebrar fêmur do filho recém-nascido

Um homem identificado como Ricardo Conceição Brandão culpa médicos da Maternidade Climério de Oliveira (MCO/Ufba), localizada no bairro de Nazaré, em Salvador, por fratura do fêmur, osso localizado na coxa, do filho recém-nascido, na última terça-feira (10).

Em entrevista exclusiva ao PS Notícias, o pai da criança disse que ele próprio identificou o inchaço na perna do bebê enquanto a esposa o amamentava. Ainda de acordo com o depoimento de Brandão, ele suspeita que o fato teria acontecido durante o parto, já que, segundo ele, o procedimento aconteceu “com excesso de força”.

O pai do recém-nascido disse ainda que chegou a comunicar a ocorrência para a direção do Hospital Climério de Oliveira, mas os médicos só teriam realizado o exame de raio-X dois dias depois do ocorrido.

“Eles me disseram que era normal, que lá não tinha ortopedista. Jogou meu menino e minha esposa cheia de pontos para o Roberto Santos”, disse Brandão.

Após constatarem a fratura, a unidade transferiu o bebê para o Hospital Roberto Santos, já que o Climério de Oliveira não possui ortopedia pediátrica.

Um boletim de ocorrência foi registrado pelo pai da criança no Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (DERCA), alegando lesão corporal.

O que diz o Hospital

A equipe do Hospital Climério de Oliveira se manifestou através de nota e disse ao PS Notícias que o parto foi conduzido, no último dia 10 de junho, por obstetras e plantonistas da unidade e que o procedimento aconteceu “sem relatos de intercorrências. Após o parto, o recém-nascido foi avaliado pela equipe de neonatologia e ficou internado em alojamento conjunto com a sua genitora, sem apresentar alterações”.

O pronunciamento diz ainda que a fratura do recém-nascido foi identificada após avaliação de rotina da pediatria, no dia 12 de junho.

“Foi identificado um edema na perna do recém-nascido. Após o exame de raio-x que identificou uma fratura na perna, o bebê foi transferido para a UTI Neonatal a fim de evitar mobilização excessiva e receber a medicação adequada.”, diz a nota.

Ainda segundo o Hospital Climério de Oliveira, após a constatação da fratura o serviço de regulação foi acionado para que a criança fosse transferida para uma unidade com ortopedia pediátrica, o Hospital Roberto Santos. “A transferência para o Hospital Geral Roberto Santos ocorreu no dia 13 de junho”, detalha o comunicado.

Veja a nota na íntegra:

“A Maternidade Climério de Oliveira (MCO-UFBA/Ebserh) esclarece que a paciente em questão não realizou pré-natal na unidade e que chegou à instituição com 39 semanas de gestação, encaminhada de outra unidade de saúde, para realização de parto cesáreo.

O procedimento foi realizado no dia 10 de junho por profissionais obstetras plantonistas, sem relatos de intercorrências. Após o parto, o recém-nascido foi avaliado pela equipe de neonatologia e ficou internado em alojamento conjunto com a sua genitora, sem apresentar alterações.

No dia 12 de junho, em avaliação de rotina da pediatria, foi identificado um edema na perna do recém-nascido. Após o exame de raio-x que identificou uma fratura na perna, o bebê foi transferido para a UTI Neonatal a fim de evitar mobilização excessiva e receber a medicação adequada.

Após o diagnóstico, a MCO-UFBA acionou imediatamente o serviço de regulação do estado para que o recém-nascido fosse transferido para uma unidade com ortopedia pediátrica. A transferência para o Hospital Geral Roberto Santos ocorreu no dia 13 de junho.

Durante o internamento, a família foi acolhida pela equipe do Serviço Social e Psicologia da Maternidade.

Mesmo cumprindo com rigor a rotina protocolar em casos dessa natureza, a instituição vai instaurar procedimento interno para apurar os acontecimentos sobre o caso em questão. A Maternidade Climério de Oliveira segue comprometida com um atendimento de excelência na atenção especializada à saúde materno-infantil”.

*Com informações do repórter Paulinho FP.

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