MP da Bahia abre inquérito contra Claudia Leitte por suspeita de racismo religioso

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) iniciou um inquérito para investigar um possível ato de racismo religioso cometido pela cantora Claudia Leitte. A apuração acontece após a artista trocar o nome de um orixá em uma música, durante uma apresentação em Salvador. Até o momento, Claudia não se pronunciou sobre o caso.

O episódio ocorreu no sábado, 14 de dezembro, durante o primeiro show de ensaio de verão da cantora, realizado no Candyall Guetho Square, em Salvador, local de origem da banda Timbalada, fundada por Carlinhos Brown.

Em vídeos que se espalharam nas redes sociais, Claudia Leitte aparece cantando “Eu canto meu Rei Yeshua” (referindo-se a Jesus em hebraico) em vez de “Saudando a rainha Iemanjá”, como é costume em outras apresentações da artista desde 2014, período em que ela se converteu ao evangelismo.

A denúncia foi apresentada ao MP-BA pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro). A Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa está à frente do inquérito, que visa apurar a “responsabilidade civil por possível ato de racismo religioso”, envolvendo a violação de bens culturais e direitos das comunidades religiosas de matriz africana.

Carlinhos Brown defende Claudia Leitte

Em resposta às críticas, Carlinhos Brown afirmou que Claudia Leitte não é racista e defendeu a liberdade artística. O cantor explicou que a mudança na letra não reflete preconceito.

“O Guetho é uma casa laica, onde todos têm o direito de expressar suas manifestações espirituais. Claudia Leitte não é uma pessoa racista. Eu posso te garantir isso”, afirmou Brown durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (18), após participação no programa “Fuzuê” da rádio Bahia FM.

Apesar da repercussão, Carlinhos Brown preferiu não se envolver diretamente na polêmica.

“Yeshua é Oxalá, e Oxalá é marido de Iemanjá. Não quero me meter em polêmica. Se Claudia mudou a letra, a responsabilidade é dela como artista. Mas afirmar que ela é racista é um grande engano”, concluiu Brown.

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